5 de ago. de 2009

5 de agosto de 1954 (2)




Casamento de Ingeborg
com o filho de Getúlio,
Lutero


Carícias entre duas
mulheres provocaram
o suicídio de Vargas?

O que tem a ver um caso amoroso entre duas mulheres com o suicídio do ex- presidente Getúlio Vargas? Cinquenta anos depois do episódio mais dramático da história republicana, a hipótese foi levantada, em 2004, pelo jornalista e historiador gaúcho Juremir Machado da Silva, no seu livro Getúlio (Editora Record). A personagem principal do envolvimento é a alemã Ingeborg ten Haeff, que foi casada com o filho mais velho de Vargas, Lutero, com quem teve uma filha, Cândida Darcy. Ingeborg, atualmente aos 89 anos de idade, é artista plástica e mora nos Estados Unidos.
Na entrevista à Singular, (publicada em novembro de 2004) o autor do livro, além de revelar detalhes da investigação sobre o caso da alemã, aborda o protagonista principal e outros personagens vinculados direta ou indiretamente a momentos tormentosos da história do Brasil.




Getúlio com
a nora,
Ingeborg
A ENTREVISTA
É possível acreditar que a alemã Ingeborg ten Haeff, casada com Lutero, foi o pivô do atentado da rua Toneleros, fato que iniciou o calvário de Vargas, culminando com o suicídio?

É uma hipótese bastante rica e confortada por depoimentos. Lutero Vargas era a vítima preferencial de Carlos Lacerda, que o considerava “ladrão, corrupto, covarde e bêbado”. Ingeborg foi mandada embora do Brasil, em 1944. Durante muito tempo ignorou-se a razão do final abrupto do seu casamento com o filho de Getúlio, com quem teve uma filha. Décadas depois, Emmanuel Nery, filho de Adalgisa Neri e enteado do todo-poderoso Lourival Fontes, o homem do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), escreveu que Inge tinha sido expulsa por ser uma espiã alemã a serviço do nazismo. A explicação nunca convenceu ninguém , pois Inge foi morar nos Estados Unidos, onde nunca foi incomodada pela autoridades. A razão da expulsão teria sido outra. Inge era uma mulher avançada para o seu tempo e ter sido pega por Lutero, trocando carícias, na cama, com outra mulher. Foi, certamente, o estopim do divórcio. Mais tarde, os americanos teriam municiado Lacerda com essa informação. Lutero temia que ela se
tornasse uma manchete, na Tribuna da Imprensa.

E onde o senhor descobriu Inge?
Entrevistei, em São Francisco de Assis, um ano antes de sua morte, Cândida Darcy, a filha de Inge e Lutero. Finalmente, descobrimos, em Nova Iorque, a própria Inge, aos 88 anos de idade. Artista plástica reconhecida, ela expôs, entre maio e junho deste ano, a retrospectiva de sua obra. Assim como Olga Benário, Inge foi uma revolucionária do comportamento. Sua passagem pelo Rio de Janeiro foi um furacão que abalou a província. Antecipou Leila Diniz em mais de vinte anos.


Ingeborg artista
plástica reconhecida
nos Estados Unidos

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