Uma noite em 67
Vai entrar no circuito comercial, no próximo dia 30, o filme Uma Noite em 67, que foi mostrado na última segunda-feira, no III Paulínia Festival de Cinema foi de contrastes. O documentário de Ricardo Calil e Renato Terra revive um momento importante na música brasileira: 21 de outubro de 1967, quando acontece a final do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record. A plateia daquele festival há 43 anos, empolgada, chegava a urrar quando seus ídolos subiam ao palco. O público do cinema em Paulínia, ainda que em menor escala, também vibrou muito com o filme.
Esse dia 21 de outubro de 1967 foi a data do famoso episódio envolvendo o músico e compositor Sergio Ricardo que, de tão nervoso com o público que não parava de vaiar, quebrou um violão ao sair do palco, sem conseguir se apresentar. Nessa mesma noite, Caetano Veloso conquistou a mesma plateia com suas guitarras elétricas em Alegria, Alegria.
Conforme matéria do portal UOL, durante a coletiva de imprensa, na manhã de terça, os diretores confessaram que não foi fácil montar o filme, pois possuíam vasto material de arquivo e de entrevistas. “Foi um processo longo, cerca de seis meses, montando e remontando. Tínhamos uma proposta radical, queríamos depoimentos em primeira pessoa, de quem realmente esteve presente naquela noite de premiação”, explicou Terra.
Para Calil, que também é crítico de cinema, o documentário consegue comunicar-se não apenas com as pessoas que na época acompanhavam os festivais de música na televisão, mas também com os jovens. “Pela reação do público [na sessão da noite anterior e em festivais de cinema, como o É Tudo Verdade, em abril passado], notamos que existe uma demanda, uma curiosidade sobre o período dos festivais. Nossa esperança é de que o filme desperte ainda mais interesse pelo período”.
Entre os entrevistados do longa estão Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque de Holanda, o próprio Sérgio Ricardo e Edu Lobo – cuja canção “Ponteio” venceu o festival de 1967. Apesar de todos serem muito receptivos, alguns deles exigiram um pouco mais. “Para falar com o Roberto houve algumas especificidades. Quem conduziu a entrevista foi o crítico e musicólogo Zuza Homem de Mello, amigo dele. Mas nós estávamos presentes e também pudemos fazer perguntas. Depois, o cantor quis ver o filme pronto para liberar o uso de sua imagem”, contou Calil.
Vejam depoimento de Roberto Carlos:
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