13 de jul. de 2010


Reparem que belíssima interpretação de Paulo Moura na conhecidíssima Espinha de Bacalhau, de Severino Araújo

Saudade de Paulo Moura

Nas minhas andanças de repórter, já entrevistei muitos monstros sagrados das artes brasileiras, na Música, no Teatro, no Cinema, na Literatura... Com alguns, consegui “arrancar” algumas inconfidências, com outros apenas o trivial e dentro do figurino. Hoje, fiquei triste quando soube da morte do instrumentista Paulo Moura, que o conheci e convivi com ele, durante uma semana, aqui em Fortaleza, por ocasião do Projeto Pixinguinha, no início dos anos 80 do século passado.

O Projeto Pixinguinha trazia grandes nomes da Música Popular Brasileira para se apresentarem, a preços populares, no Teatro José de Alencar. A temporada das duplas durava uma semana. Eu era o coordenador do Projeto e ficava encarregado de tudo, desde recepcionar artistas no aeroporto, buscá-los no hotel, cuidar de bilheteria etc e tal. Pois bem, numa dessas temporadas veio o Paulo Moura e, como de praxe, repeti o ritual. Com ele foi diferente: muito acessível, atencioso, gostava de conversar, saber da cidade, conhecer pontos turísticos... Uma bela figura. E, a partir daí fiquei seu admirador, tanto da sua fabulosa arte como do incrível ser humano que conheci.

Li, hoje, que no sábado, dia 10 de julho, Paulo Moura ainda conseguiu reunir forças para tocar uma última música – "Doce de Côco", de Jacob do Bandolim e Hermínio Bello de Carvalho – com seu parceiro de longa data Wagner Tiso, ao lado de sua mulher Halina, o filho Domingos, o sobrinho Gabriel, amigos e admiradores, e alguns pacientes da Clínica São Vicente, maravilhados com aquela inusitada e comovente celebração musical, organizada pelos músicos Cliff Korman e Humberto Araújo.

Vamos ouvi-lo, tocando Doce de Côco:


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