24 de jun. de 2009


A novela dos meus olhos
Há mais de dois meses que, juntamente com a minha filha,a dedicada Eliégia, peregrino por consultórios oftalmológicos da cidade.
Pense, caro internauta, que odisseia!
O primeiro médico aloprou, sem pestanejar: após um rápido exame, prescreveu um par de lentes, e que segundo o seu dignóstico, resolveria os meus problemas: estrabismo (esotropria) e catarata. Isso resultou num olhar clínico vesgo e dinheiro gasto em vão, pois ao testar os óculos, lá na ótica, estava na cara, literalmente que o problema continuava.
Fui ao segundo médico, tendo ele diagnosticado, que inicialmente eu seria submetido a uma cirurgia de catarata, no olho direito. Um detalhe, o meu plano de saúde pagaria a despesa do procedimento médico e mais uma lente a ser introduzida no globo ocular. Segundo eu soube que a tal lente, de fabricação nacional, não inspira confiança, a partir do preço (em torno de 140 reais). A secretária do tal médico, antes da cirurgia, fez uma demonstração das qualidades dos tipos de lentes importadas. E vendidas onde? Claro, na própria clínica. Preocupado e induzido, comprei a que custava dois mil reais. Detalhe: preço intermediário.
Após realizada a cirurgia, por sinal um sucesso, voltei, quinze dias depois, para a revisão. Qual a minha surpresa: o médico, rapidamente, já foi logo, logo, marcando uma outra cirurgia, desta feita no olho esquerda.
Vixi! Antes da cirurgia do olho direito, o mesmo especialista havia dito que os sintomas da catarata no olho esquerdo eram iniciais, e que, só num futuro a solução seria operá-lo. E o problema do estrabismo ainda não seria resolvido.
Mudei de médico.
Lá eu, de novo, fazendo, pela terceira vez, a tradicional leitura das letrinhas. O mais espetacular é que eu estava enxergando melhor com o olho não operado. Milagre!!! E o terceiro médico disse mais: não havia necessidade da cirurgia de catarata a qual fui submetido, pois segundo ele, tal procedimento só é praticado em pacientes com mais de 66 anos. No meu caso, ainda tenho que passar por vários janeiros.
“Tudo como d’antes no castelo de Abrantes”. Teria que começar tudo de novo.
Fui ao quarto médico, especialista em esotropia. Novamente, lá eu, mais uma vez, tentando ler letrinhas dos mais variados tamanhos (caso minha Carteira de Habilitação estivesse vencida, certamente, eu iria para o teste de visão, já bastante exercitado). Diagnóstico: lentes para estrabismo não iria resolver o problema.
Encaminhou-me a um outro homem de jaleco branco, neurologista, para avaliar alguns nervos do meu quengo. E posteriormente ser submetido a uma nova cirurgia, agora por conta do estrabismo.
Conclusão que faço sobre esse enredo de novela ocular: seria mais prático, e baseado num procedimento responsável, se o primeiro oftalmologista tivesse determinado todo esse encadeamento de ações médicas.

Estou gastando tempo, dinheiro e paciência.
O mais pitoresco dessas andanças, é que por onde tenho passado, enquanto espero para ser atendido (e como demora), venho observando um detalhe interessante, além das revistas antigas à disposição: o volume de som dos aparelhos de televisão é, praticamente inaudível.
Também percebi contrastes: alguns consultórios exibem vistosas TVs plasmas, outros possuem aparelhos tão antigos, sem antena, que um pedacinho de bombril, com certeza, melhoraria a percepção daqueles que estão ali, exatamente por problemas de visão.
E a novela continua...

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