A solidão do baobá
A sua copa, além de sentir as carícias do vento, certamente já ouviu gritos de dor, sussurros amorosos, de milhões de vozes que por perto dela passaram. Impávido, você, velho baobá, vem assistindo, e sentindo na pele, com certeza, os males provocados pelas transformações ambientais impostas à cidade que o acolheu.
Nativo de terra além-mar, você chegou por aqui, há 139 anos, trazido da África, pelo senador Thomaz Pompeu de Souza Brasil. Sei também que tens vida longa, podendo viver de três a seis mil anos. Existe uma lenda de que, antigamente, os poetas e guerreiros eram sepultados nas entranhas do seu imenso tronco. A sua altura pode chegar até 30 metros e a raiz central atinge até 40 metros de profundidade.
Embora, hoje em dia, despercebido pela maioria dos fortalezenses (Ah! Como você deve se balançar de saudade quando reinava sobre os plebeus e a sociedade chique, frequentadores das tardes de antanho, no aprazível Passeio Público).
Esquenta não, querido baobá. Aliás, recordo gentileza de sua parte, lá pela década de 70, do século passado, permitindo que outros artistas plásticos e eu utilizássemos o seu imenso tronco pra exposições de telas. Obrigado.
Penso que chato mesmo para você é o manto de solidão que você sente, hoje, no Passeio Público. O logradouro foi reformado e ficou mais bonito, todo iluminado. Porém, aquele aconchego das meretrizes e amantes, no cotidiano do amor, foi proibido pelas autoridades. As meninas que amiudavam seus encantos, de soslaio, nas aventuras amorosas, ficaram órfãs do seu abrigo e da sua fama de cupido.
A sua copa, além de sentir as carícias do vento, certamente já ouviu gritos de dor, sussurros amorosos, de milhões de vozes que por perto dela passaram. Impávido, você, velho baobá, vem assistindo, e sentindo na pele, com certeza, os males provocados pelas transformações ambientais impostas à cidade que o acolheu.
Nativo de terra além-mar, você chegou por aqui, há 139 anos, trazido da África, pelo senador Thomaz Pompeu de Souza Brasil. Sei também que tens vida longa, podendo viver de três a seis mil anos. Existe uma lenda de que, antigamente, os poetas e guerreiros eram sepultados nas entranhas do seu imenso tronco. A sua altura pode chegar até 30 metros e a raiz central atinge até 40 metros de profundidade.
Embora, hoje em dia, despercebido pela maioria dos fortalezenses (Ah! Como você deve se balançar de saudade quando reinava sobre os plebeus e a sociedade chique, frequentadores das tardes de antanho, no aprazível Passeio Público).
Esquenta não, querido baobá. Aliás, recordo gentileza de sua parte, lá pela década de 70, do século passado, permitindo que outros artistas plásticos e eu utilizássemos o seu imenso tronco pra exposições de telas. Obrigado.
Penso que chato mesmo para você é o manto de solidão que você sente, hoje, no Passeio Público. O logradouro foi reformado e ficou mais bonito, todo iluminado. Porém, aquele aconchego das meretrizes e amantes, no cotidiano do amor, foi proibido pelas autoridades. As meninas que amiudavam seus encantos, de soslaio, nas aventuras amorosas, ficaram órfãs do seu abrigo e da sua fama de cupido.
Eliézer...,
ResponderExcluirGostei do seu artigo sobre o baobá de Fortaleza.
Aqui no Rio Grande do Norte nós temos (conhecidos até agora!) 10 árvores: um fica em Natal. Os outros ficam um na cidade de Nísia Floresta; outro no munícipio de Macaíba e sete no município de Açu.
Aliás, reza a lenda de que quando Exupéry esteve aqui em Natal (nos anos 1930) teria se encantado com a árvore que conheceu aqui e a teria colocado em seu livro O Pequeno Príncipe. Recentemente um sobrinho seu, em visita a nossa cidade, confirmou a lenda.
F. César Barbosa - Natal/RN.