"Ok, foram lindos os shows no Morumbi, Paul McCartney é mesmo, além de tudo, uma simpatia, mas que geração é essa que vai a concerto de música com pai, mãe, tios, avós…? Eu acho fantástico, mas o rock deve estar de novo se perguntando onde foi que errou. Não era essa a proposta! Se há 50 anos dissessem a Paul que ele acabaria sendo o queridinho de toda família globalizada, o ex-beatle quebraria seu baixo elétrico na cabeça do dono da bola de cristal.
Quando só os garotos amavam os Beatles e os Rolling Stones, eles eram, com muito orgulho, o terror dos pais. O fim do mundo era cabeludo, não no sentido figurado de hoje em dia. Mas, de lá pra cá, tantas foram as ameaças muito mais assustadoras ao planeta, que o ser humano passou a sentir saudades do tempo em que o inimigo tocava na vitrola sem parar.
No Rio, está acontecendo fenômeno parecido com o musical Hair, em cartaz no Teatro Casa Grande. Um terço da plateia no último fim de semana tinha cara de quem passou uma parte da vida achando que os hippies eram o princípio da perdição da humanidade. Tem velhinho agora pagando ingresso só pela sensação gostosa de ter vencido esse medo bobo dos cabeludos de antigamente".
Comentário meu: a crônica acima sai hoje, na coluna do Tutty Vasques, no Estadão, e me lembrei do meu tempo de garoto que amava os Beatles e os Rolling Stones.
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