Gladson Carvalho:
um maestro afinado com
a sede da orquestra
Ontem, passando defronte ao Theatro José de Alencar, ouvi acordes que saíam de dentro do belíssimo jardim (idealizado pelo paisagista Burle Marx). Um pout –pourri de músicas dos The Beatles ecoava na praça. Por curiosidade adentrei àquela casa de espetáculos, sem passar pela bilheteria, pois a entrada era franca (estava sendo comemorado o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher) . No palco, a Orquestra Filarmônica do Ceará, sob a batuta do maestro Gladson Carvalho, meu amigo há muitos janeiros. Enquanto ele regia, minha memória relembrava parte da vida profissional dele, principalmente a persistência em criar orquestras, mas sempre esbarrava na falta de apoio de instituições governamentais ou não. Parece que finalmente, o desejo desse desbravador musical está materializada de maneira mais concreta com a formação da Orquestra Sinfônica, patrocinada pelo governo do Estado.
Só que, no concerto de hoje presenciei um detalhe, no mínimo constrangedor.
No meio do apresentação, Gladson parou a orquestra e virou-se para o público, reclamando: “Quero saber a quem eu possa me dirigir aqui para saber qual a participação da orquestra neste evento. Porque até agora não apareceu ninguém. E mais, o tempo está passando, o sol já está muito forte, o que não é para os instrumentos e também para os músicos que estão suando muito, devido ao calor. Aliás, nem água foi disponibilizada, pois tive que comprar 50 garrafas com o meu dinheiro”.
Finalmente apareceu uma senhora e deu as informações que o maestro cobrou, mais garrafinhas de água foram distribuídas...desta feita por conta dos coordenadores. Que saia justa!!!
E a orquestra voltou a tocar.
Grande Gladson, destemido, como sempre.
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