11 de ago. de 2009

Singular


João Soares Neto, escritor de nomeada nas lides literárias, escreveu, no Jornal O Estado (edição de 7/08/2009), uma crônica sobre os 10 anos da Singular. Não preciso dizer que fiquei "babando" de satisfação, mas digo.
Obrigado, João.


"Singular é uma palavra com várias significações. Pode ser pertencente ou relativo a um. Pode ser algo que não é vulgar, mas especial, raro, extraordinário, excêntrico, extravagante, esquisito ou bizarro. Mas, pode ter algumas dessas significações e ser uma experiência árdua e vitoriosa que completa dez anos. A escolha do nome, certamente, foi a propósito. Quem o escolheu estava querendo construir algo diferente, embora, para tanto, precisasse da habilidade e capacidade que acumulara em outras dezenas de anos.
Fim do mistério: estou falando da revista Singular, formato de bolso, boa apresentação e cuidados gráficos que mostram o amor de seu criador, o jornalista Eliézer Rodrigues, formação em comunicação social, anos de batente nos vários escaninhos que fazem uma redação.
Um dia, em 1999, esse número cabalístico que, noves fora, dá um. Isto é, singular, raro. E é o próprio Eliézer Rodrigues, na edição especial, número 28, quem conta: “A Singular surgiu, não por acaso, e sim por uma necessidade de continuar, alimentando a inquietação pela notícia, após anos no batente de redação”. E cita, com acuidade, o pensamento de Dino Buzatti, jornalista e romancista italiano, através de seu personagem Drogo: “Tenho a impressão que o importante está para começar”. Cada número – e já são vinte e oito – é uma batalha e história.
São novos colaboradores, diagramadores, anunciantes a conquistar e tensão até que a revista brote em formas e cores, oferecendo portabilidade ao leitor. Este número 28 contém preciosidades. Conto algumas. Há um reportagem de Renan Antunes, forte e consequente, ganhadora do Prêmio Esso de jornalismo, em 2004. Contém a passagem por Quixeramobim do tísico Manuel Bandeira que ali aportou em busca de ares puros para os seus alvéolos pulmonares e nunca entrou em sua igreja matriz (“onde nunca entrei e hoje tenho pena”). E diz isso em crônica, tão poeta que foi. Ethel de Paula desvenda um advogado-dama. Jorge Pieiro, vindo do Limoeiro dos Maias, fala sobre a praça que adota a todos que aqui aportam e a usam e abusam. Ana Miranda diz da Praia de Iracema de sua infância. Há projetos de ciência com Miguel Nicolelis e há mais, muito mais. Leia a Singular.

Compre um exemplar. Mas, se não tiver dinheiro, o Eliézer dará de graça com a mão calejada de palavras que trouxe ao mundo na ordem que quis e sabe fazer. E por ser benfazejo o trabalho de Eliézer Rodrigues é que o incluo no meu espaço semanal do jornal O Estado, um destemido e admirado diário que o povo do Ceará lê há mais de 70 anos.

Parabéns, Eliézer".

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