10 de nov. de 2010

José Jatahy: a marmita, eu e a avenida


Acontece nesta quarta-feira, a inauguração da avenida  José Jatahy (o trecho da avenida José Bastos compreendido entre a avenida Francisco Sá, no Jacarecanga, até o cruzamento com a rua Professor João Bosco - confluência  com avenida Carapinima - no bairro Benfica). Homenagem merecidíssima  ao compositor, que hoje comemoria  100 anos de idade (faleceu em 1983). Autor de músicas gravadas por vários intérpretes, entre os quais Luís Gonzaga, e autor do hino do Ceará Sporting Club, Jatahy teve também passagem na política, como líder sindical, antes do golpe militar. As minhas lembranças de adolescente sobre ele são registros dessa época.
Amigo de meu pai, José Lopes Barbosa,  os dois comunistas e ativistas sindicais, Jatahy foi muitas vezes à nossa casa participar de comitês e reuniões do Partidão. Presos nos primeiros momentos da caça aos “subversivos”, logo depois do golpe militar do dia 1º de abril de 1964, os dois foram recolhidos, juntamente com outros companheiros,  ao 23º Batalhão de Caçadores.  E todos os dias, quando eu  com minha mãe (D. Eliezita) íamos deixar a marmita para o meu pai (já que a comida do quartel  era péssima), observava aquelas dezenas de marmitas espalhadas pelo corpo da guarda do quartel, todas endereçadas nominalmente aos prisioneiros políticos. E lá, entre  aqueles nomes havia um que, a partir de hoje, ficará eternizado na placa da avenida: José Jatahy.

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