21 de jul. de 2009




Mais uma
“foto histórica”
é desmascarada

“Fotos que contam a história da Humanidade”, “As 12 melhores fotografias da história do homem” e outras coletâneas de flagrantes estão por aí na net. Mas, nem todas fotos são verdadeiras. Outro dia vi no blogue Antena Paranóica, do jornalista Nonato Albuquerque, uma seleção escolhida pelo blogueiro César A.
Percebi que uma delas era fraude: a foto feita por Joe Rosenthal para a Associated Press, mostrando jovens estirando a bandeira dos EUA, na batalha de Iwo Jima, durante a II Guerra Mundial. Aquilo, na verdade, não foi “um momento histórico para a humanidade”. Foi sim uma farsa do hasteamento da bandeira norte-americana, sem qualquer importância, para o desenrolar da guerra contra os japoneses.
Uma outra “foto da história da humanidade” que deve ser retirada da galeria, porque é armação: aquela de Robert Capa, tirada em 05/09/1936, mostrando o miliciano Federico Borrell sendo atingido por um tiro em Cerro Muriano, na cidade de Córdoba, durante a Guerra Civil Espanhola. Segundo publicou, recentemente, o site Comunique-se.

Conforme a matéria publicada no site, a partir de 1936, a cobertura de Capa da Guerra Civil Espanhola apareceu com regularidade. A foto de Robert Capa de um soldado sendo atingido fatalmente garantiu sua reputação internacional e se tornou um forte símbolo da guerra”, informa a biografia do fotógrafo no site da Magnum.
É essa mesma imagem que o jornal El Periódico de Catalúnia afirma ter sido montada.
Porém, dados levantados pelo historiador Francisco Moreno mostram que, naquele dia, não houve combates e só existem registros de mortos na região a partir do final de setembro. Além disso, os conflitos na região foram urbanos, o que contrasta com a paisagem rural da imagem.
De acordo com o jornal, até mesmo o local é uma fraude. Características da série de 40 imagens mostram que a foto em questão não pode ter sido tirada em Cerro Muriano. Além disso, um dos moradores mais antigos da região, Francisco Castro, que tinha nove anos em 1936, conta que não aconteceram trocas de tiros, apenas bombardeios aéreos.
“Desde que vieram no fim de setembro, não houve um tiro por aqui, só alguns bombardeios de aviação. Os milicianos passeavam pelas ruas, comendo os melhores presuntos do povo”, contou Castro.
“Capa pode ter chegado ao local sem encontrar ação real para fotografar (em Cerro Muriano só tinha refugiados), mas sim milicianos desocupados dispostos a posar”, afirmou o jornal.

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