23 de jul. de 2009


Caetano Veloso
renegou O SOL

No ano passado, fizemos uma edição da Singular sobre 1968, um dos anos mais efervescentes na história do país. 40 anos depois, entrevistamos artistas, políticos etc e tal. A cineasta Tetê Moraes estava lançando o filme O SOL – Caminhando Contra o vento( documentário que revive os bastidores da redação de O SOL e a efervescência cultural e do movimento político de juventude da geração de 68). O filme traz entrevistas históricas como a de Chico Buarque, Gilberto Gil, Zuenir Ventura, Fernando Gabeira, Ziraldo entre outros.
Na entrevista que fiz com ela, perguntei:
“Na letra da música Alegria, alegria, gravada em 1967, Caetano Veloso faz uma alusão direta ao jornal quando diz “O sol nas bancas de revista, me enche de alegria e preguiça, quem lê tanta notícia”. Já no depoimento para o seu filme, quarenta anos depois, ele afirma que não se lembrava mais da história. O que você pensa sobre esse esquecimento do baiano” ?
Ela respondeu, quase amarelando:
“ É uma coisa normal. À época, Caetano estava namorando Dedé, primeira mulher dele, e que era repórter do SOL, estava saindo da faculdade, como muitos de nós. O corpo da redação era formado por pessoas jovens. O Caetano tinha muito contato com O SOL. E quando estávamos elaborando a primeira edição do jornal, o Caetano fez essa música para o Festival da Canção da TV Record. Claro que ele não fez para o jornal, mas, com certeza, se inspirou no O SOL”.
Caetano saiu muito mal na fita, literalmente. Pois, logo em seguida, a ex-mulher, Dedé, confirma a relação da música com o jornal, e Gilberto Gil foi mais enfático: “A associação é inescapável”.
O cantor e compositor baiano é outro que esquece o passado, só que o passado não larga o pé dele.
E recordemos o brilhante Caetano ( musicalmente) cantando Alegria, alegria, e citando O SOL.

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