29 de mar. de 2011

Contra Bolsonaro, Preta Gil vai  ao MP, 
à âmara e pede indenização
Marcela Rocha do Terra
A cantora Preta Gil entrará com uma representação junto ao Ministério Público contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), pedindo que apurem crime de intolerância racial e homofobia. Em entrevista para o programa CQC, ao responder se aprovaria o relacionamento de seu filho com uma negra, o parlamentar disse que "não corria o risco" por que eles foram "muito bem educados" e não viveram num ambiente "como lamentavelmente" era o dela. 
Já na manhã desta terça-feira (29), menos de 12 horas após veiculada a entrevista, o deputado retificou suas afirmações, dizendo que não tinha entendido a pergunta.
Eu entendi que ela me perguntou o que eu faria se meu filho namorasse um gay (...) Se eu tivesse entendido assim (da forma como a pergunta foi feita), eu diria: 'meu filho pode namorar qualquer uma, desde que não seja uma com o teu comportamento'. Se eu fosse racista, eu não seria maluco de declarar isso numa televisão - afirmou para Terra Magazine.
Segundo o advogado da cantora, Ricardo Brajterman, pretendem entrar também com uma ação por danos morais. O valor será afixado pelo juiz, que vai levar em conta o potencial ofensivo. No entender de Brajterman, o potencial foi "de grande conta". A indenização também leva o caráter pedagógico punitivo, para que desestimule o agressor a cometer esse tipo de conduta.
- Quando ela viu a matéria, chorou, ficou perplexa. Abalou bastante, porque ela defende os negros, e sempre tentou enaltecer a posição do negro na sociedade. Quando ela viu um parlamentar com esse tipo de postura, chocou porque vai contra todo o trabalho que ela, o pai dela e o restante da família, sempre fizeram.
Além das medidas críminais e cíveis, Preta Gil pretende notificar a Câmara dos Deputados, tanto a Comissão de Direitos Humanos quanto a de Ética, para que interpelem o deputado e apurem falta de decoro. "Foi uma atitude incondizente com a de um parlamentar dentro de um país democrático, onde o princípio maior é dignidade humana", diz o advogado.
Veja a entrevista polêmica: 


Nenhum comentário:

Postar um comentário