1 de jun. de 2010



Copa do Mundo –

O estigma de Barbosa

No próximo dia 16 de julho vai completar 60 anos depois da maior tragédia do futebol brasileiro de todos os tempos: a perda da Copa do Mundo, dentro do Maracanã, para o Uruguai, jogo que o Brasil seria campeão do mundo, apenas com um empate, mas perdeu por 2x1. De todos jogadores brasileiro em campo um deles, o goleiro Barbosa, foi o mais sacrificado pela imprensa como o grande responsável pela derrota brasileira naquela tarde fatídica. Morreu com o trauma (vejam vídeo).
O que aconteceu é que a seleção brasileira entrou no clima do “já ganhou”, com festas antecipadas, inclusive condecorando jogadores e dirigentes, antes do apito final do juiz. O selecionado brasileiro, na realidade, vinha realizando um espetacular mundial, vencendo facilmente seus adversários.
Segundo o meu amigo Blanchard Girão, já falecido, cronista esportivo, e que esteve no Maracanã, naquele dia, a culpa não foi toda de Barbosa.
Blanchard, em crônica que eu pedi que ele escrevesse para a Singular, disse que “em apenas duas jogadas, o ponteiro Gighia mudou o panorama do jogo. Um drible, dois, o terceiro sobre o lateral Bigode e o centro perfeito para encontrar o meia avançado Schiafino desmarcado ( os zagueiros brasileiros talvez já estivessem pensando nas comemorações) para o chute fatal. 1 x 1, mas ainda assim o título seria nosso. Mas não foi, como todos sabem”.
E Blanchard, com o seu conhecimento sobre futebol concluiu: “O mesmo Gighia contra o mesmíssimo Bigode repetiu a jogada anterior. Um, dois, três dribles. Só que, desta feita, quase sem ângulo, ao invés de cruzar rasteiro para quem vinha de trás, chutou direto para a meta de Barbosa, que tinha o olhar atento para o centro de sua área. A esfera de couro, caprichosamente, passou entre a perna direita do arqueiro e a trave, tocou nela, fez um semicírculo por dentro da meta e foi sair do outro lado: Uruguai 2x1...”
A culpa não foi só dele, no caso o goleiro Barbosa. Mas ficou o estigma de ser o maior responsável pelo fracasso do Brasil, em 1950.

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