22 de jun. de 2010































Copa do Mundo

Se seu vizinho estiver assistindo ao jogo,

via radinho de pilha,

vai gritar gol do Brasil

primeiro do que você


Ronaldo, o Fenômeno, pentacampeão, em 2002, postou no seu micro-blog, além de comentários sobre o jogo do Brasil, colocou uma reclamação: “Minha TV está cinco segundos mais lenta. A galera da Viaboim (praça de Higienópolis –São Paulo) vibra antes de passar o gol aqui em casa”. Realmente está sendo uma das grandes chateações para quem está assistindo aos jogos do Brasil, via TV a cabo (digital).

E o problema chama-se delay (que traduzindo para o Português seria atraso). Na realidade o tempo que o sinal da transmissão percorre para que os dados subam e desçam do espaço à Terra. No delay analógico o sinal demora cerca de um quarto de segundo para ir até o satélite e outro para voltar até a base, no máximo. Ou seja, se a transmissão for enviada para todo o País, o sinal ainda precisa fazer outra viagem de ida e volta até chegar às telinhas, o que pode acrescentar um pouco mais de atraso.

Mesmo com toda tecnologia de geração e de captação de imagens (atualmente chegando ao 3D) a transmissão ainda é o maior problema. A tecnologia analógica é a que demora menos tempo para executar todo o processo que é necessário para à transmissão digital, a mesma oferecida pela maioria das operadoras de TV a Cabo.

O caminho é longo. O sinal sai da geração (estádio de futebol, mesa de corte ou suíte de imagens, por exemplo), depois vai ao satélite. Após ser rebatido pelo satélite, o sinal tem que ser codificado, comprimido e transformado em formato digital. Parte desse processo é desnecessário no sistema analógico. Mesmo assim, há espaço suficiente para alocar vídeo e som de boa qualidade, mesmo em transmissão ao vivo. Em contrapartida, para assistir a uma programação em melhor resolução, o usuário tem mesmo que aguardar, em média, cinco segundos a mais para que a transmissão chegue ao seu televisor, seja ele de que formato for.

A promessa das operadoras de TV a Cabo é que isso acabe quando o modelo analógico não for mais maioria. Assim, segundo eles, o delay será reduzido a padrões semelhantes ao do rádio. Esta será a primeira Copa do Mundo com transmissão digital em grande escala. Esse processo começou em 2006. Hoje, cerca de 30% da base de assinantes têm sinal digital. Pelo andar da carruagem o fim do problema ainda demora mais alguns anos ou talvez mais uma Copa do Mundo.

As empresas se justificam dizendo que mesmo com atraso vale a pena acompanhar um jogo de futebol pela tevê com imagens nítidas e boa resolução com o som surround de 5.1 e com toda a sensação de estar em um estádio. Mas eu acredito que não é bem isso que a maioria deseja, pois eu mesmo não gostaria de ver uma imagem linda, um som maravilhoso e ser interrompido no meu deleite audiovisual pelos gritos esbaforidos do meu vizinho comemorando um gol que eu ainda não vi. Ou seja - estou pagando para assistir a um videotape de alta qualidade onde, mesmo sendo ao vivo, o que não importa é a instantaneidade da informação. Questão de gosto.

Esse delay não é apenas privilégio de eventos como a Copa do Mundo, mas em treinos de corridas de Formula 1 e Fórmula Indy, por exemplo, o problema é ainda mais grave. A pessoa que está em casa assistindo às 500 Milhas de Indianápolis não vê nem o treino e nem a corrida ao vivo, pois o delay é de oito segundos. Oito segundos é aproximadamente 1/5 do tempo que viraram os mais rápidos pilotos do Carb Day durante o treino final que antecedeu a corrida deste ano.

A Sky explicou alguns pontos sobre o problema. Segundo eles quanto maior a qualidade da imagem maior será o delay, pois "trata-se de uma característica de qualquer sistema de TV digital". É estranho, mas o delay é ocasionado por uma 'eficiência...' e isto é o que você perde por ter que comprimir um sinal com maior qualidade. Mas ainda tem outra: uma das maiores causas de delay é a entrega do sinal, desde a programadora, até o centro de transmissão da SKY.

O cálculo da SKY é um pouco diferente do que a gente consegue perceber na vida real. Segundo eles afirmam, um processamento MPEG2 provoca de 2 até 5 segundos de delay, o caminho do centro de transmissão até o satélite e deste até o assinante provoca mais 250ms de delay (1/4 de segundo). Essa é a parte que eu não concordo: "Se for feita uma comparação entre o delay de uma TV por assinatura via satélite e uma por cabo, considerando que o canal chegue ao centro de transmissão com o mesmo delay e considerando a mesma eficiência de processamento para compressão, o delay da operação via satélite seria apenas 250ms maior que o do cabo", finalizam. Pois é, e considerando que meu rádio e minha TV analógica não estão "malucos" eu não posso concordar com isso e nem com essa conta.

Minha sugestão: compre um radinho e faça este teste em casa. Se o seu vizinho estiver assistindo o jogo pela TV analógica, você, com a sua arma secreta (o rádio) vai gritar gol antes dele. Assim, não fica tão feio você ter gasto uma grana alta comprando uma TV Digital e uma assinatura de TV a Cabo. Lembre-se, para que isso acabe ainda será necessário que a quantidade de TVs analógicas seja inferior à de TVs de formato digital. Como vai demorar ainda alguns anos, então, quando for assistir aos jogos, leve seu radinho de pilha.

(Fonte: Portal Terra)

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