Uma cena antológica
no Cinema Brasileiro
Uma das mais enigmáticas cenas do Cinema Brasileiro: a morte da cachorra Baleia, no filme Vida Secas (1963), de Nelson Pereira do Santos, baseado na obra homônima de Graciliano Ramos. Embora apareça com menos destaque no filme do que no livro, a cachorra Baleia – considerada a personagem de maior empatia da história – ganha um tratamento original. Companheira fiel, que mata a fome da mulher e dos dois filhos do vaqueiro Fabiano (Átila Iório) caçando preás, o animal ganha uma morte alegórica filmada com beleza, mas sem sentimentalismo, pelo diretor. O filme foi alvo de protesto na França, pois uma senhora reclamou que a cachorra foi sacrificada na cena da agonia final. Nelson Pereira dos Santos, diretor do filme, presente na exibição disse que não. Baleia foi anestesiada, no momento. E para provar que Baleia estava viva Nelson levou o animal até Paris. Ele disse também que aquela cena, era a sua preocupação maior de como fazê-la para chegar o mais próximo possível do imaginado por Graciliano Ramos.
Ah! Um detalhe: quem ainda não viu ou aqueles que já assistiram e quiserem ver de novo, o filme está inteirinho (dividido em dez partes) no You Tube.
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