Erasmo Carlos fez parte, por um bom tempo, da minha juventude, naquela época entre a Jovem Guarda, passando pelo Tropicalismo, festivais de músicas e chegando aos tempos brabos da ditadura, censurando a vida cultural do País (anos 60 e 70, do século passado). E o Tremendão ocupou espaço da minha vida, pois daquela turma da Jovem Guarda, o Roberto Carlos era o muito certinho; A Wanderlea, a ternurinha...e o Erasmo era o roqueiro, o espalhafatoso, o “marginal” daquela trupe, e que de alguma forma abalou o conservadorismo daquela época.
E como está sendo delicioso reencontrar o Tremendão, lendo o seu livro de memórias Minha Fama de Mau. São reminiscências contadas de maneira bem-humorada, e com muita humildade pelo o pai do rock brasileiro. Cabeça de homem, mas coração de menino, Erasmo se mostra uma pessoa boa, engraçada e generosa. Humano, deliciosamente humano. Ele revisita sua trajetória, falando de mulheres e sucesso, dos amigos (de Roberto Carlos, seu principal parceiro, ele fala muito pouco – talvez até ressabiado em revelar detalhes da vida do “rei”, pois RC ganhou ação contra o jornalista Paulo Cesar de Araújo que teve o seu livro Roberto Carlos em Detalhes” proibido).
Criado pela mãe, Erasmo superou as limitações da infância do menino pobre que se transformou num dos primeiros popstars brasileiros. Um livro leve, agradável de se ler, pois, com coragem, revela passagens diversas, picantes da sua vida. Aalegrias e algumas tristezas. Porém, se omitiu em falar sobre o suicídio de Narinha, mãe de seus dois filhos, com quem conviveu 16 anos. O grande amor da sua vida.
É respeitar o seu silêncio.
Vejam, no vídeo abaixo, a roqueira Rita Lee, falando sobre ele, e cantando Minha Fama de Mau.
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