24 de set. de 2009

O livro do quebra-quebra
Ontem, estive no lançamento do livro de Thomaz Pompeu Gomes de Matos, O quebra-quebra de 1942 – registro fotográfico, no Dragão do Mar. Conheço o Dr. Thomaz há uns bons anos, amigo, afável, sempre prestativo. Já fiz várias reportagens sobre o seu precioso acervo, e o quebra-quebra, em Fortaleza, é a principal jóia. Pois, ele foi o único a fotografar tal turbulência, naquela Fortaleza, ainda provinciana. E, em 2002, quando ele estava concluindo o livro, pediu-me que fizesse a introdução do mesmo. Fiquei vaidoso em escrever sobre o trabalho de um amigo que tanto admiro. Vejam, trecho do que escrevi:
Conceitua a antiga máxima jornalística que uma imagem vale por mil palavras e cai como uma luva no registro fotográfico realizado por Thomaz Pompeu Gomes de Matos, no dia 18 de agosto de 1942. Naquele dia, ainda estudante de Direito, ele viveu uma experiência que, com certeza, o coloca na história do fotojornalismo cearense. Equipado com uma máquina Spartus, fotografou cenas do quebra-quebra, ocorrido no Centro de Fortaleza.Nenhum jornal local noticiou o fato, no dia seguinte, aquela manifestação anárquica contra o nazismo e aliados, e que resultou em incêndios, saques e depredações contra estabelecimentos comerciais pertencentes a descendentes de alemães, japoneses, italianos e espanhóis, radicados na Capital cearense. De certa forma o descaso da imprensa pode ser amenizado, já que o País vivia sob a opressão do Estado Novo e a censura implacável do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) filtrava noticiários, principalmente sobre a II Guerra Mundial. As fotos de Thomaz são o único registro, em imagem, de que se tem notícia do famoso quebra-quebra...
Entrevistado pela Singular, há dez anos, Thomaz Pompeu disse que o clima era de revolta e de indignação em todo o país, pois entre os dias 15 e 17 de agosto daquele ano, seis navios brasileiros foram atacados e afundados por submarinos alemães. O governo brasileiro da ditadura do presidente Getúlio Vargas (Estado Novo, 1937/1945), vacilante desde o início do conflito e simpático ao nazi-fascismo, foi forçado a se posicionar em favor dos países aliados.Dessa maneira, Getúlio Vargas declarou guerra contra os italianos e alemães, no mesmo ano de 1942. Politicamente, o país buscava ampliar seu prestígio junto ao EUA e reforçar sua aliança política com os militares. No ano de 1943, foi organizada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), destacamento militar para lutar na Itália. Somente quase um ano depois é que as tropas começaram a ser enviadas, inclusive com o auxílio da Força Aérea Brasileira (FAB).

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