Uma das ondas, na internet, é publicar fotos, mostrando erros ortográficos “cometidos” por donos de churrascarias, bares, oficinas mecânicas, borracharias etc. Até sites especializados já foram montados e livros publicados. O conhecido site Kibeloco sempre está lá com postagens do ramo. Gozação pura. Porém, muitas daquelas Pracas do Brasil são montagens, e de forma grosseira, tão falsas que num simples olhar se descobre a marmota praticada. Certa vez, entrevistei para a Singular impressa, o repórter-fotográfico, José Eduardo Camargo, editor de Guia 4 Rodas, que acabara de lançar o livro O Brasil das Placas, e questionei sobre a veracidade de algumas placas fotografadas. Ele enrolou, enrolou, e não me respondeu.
Nesta, por exemplo, publicada no livro do José Eduardo, a placa não tem estrutura de sustentação, no lado esquerdo da placa tem uma coloração escura que se confunde com algo mais atrás, na tonalidade marrom; e logo acima, ainda no lado esquerdo da foto, uma parte branca. Algo abstrato, apenas para complementar o fundo da montagem. E na foto inexiste perspectiva de profundidade, parecendo que a placa está pregada ao fundo. E os letreiros: as letras têm uma resolução de imagem da melhor qualidade, tão maquiada, combinando com a composição. Fica difícil de se imaginar que uma placa de uma churrascaria, nos cafundós deste país, seja tão geometricamente pintada com harmonia de campo visual. Se assim fosse, mereceria era elogios, e não deboches.
Essa é de lascar. Reparem que a sinalização horizontal acabou de ser pintada, novinha em folha, pois não tem marcas de borracha dos pneus. Até daria tempo para consertar o erro de ortografia. Até o próprio fotógrafo poderia ter dado uma mãozinha. A foto tem vários tons, pode-se até se justificar, talvez até por conta do flash. Só que o raio luminoso saído da uma máquina tem seu limite de campo de iluminação. Aí não tem: A pista está clara. no começo até as letras. Depois, fica totalmente escura no centro, menos nas laterais, pois as faixas continuam visíveis. Só que o escurecimento deveria ser total, pois as listras das bordas da pista permanecem visíveis até o seu final.
Oi, tudo bem? Olha, não me lembro de ter falado com a revista Singular na época do lançamento de O Brasil das Placas, e muito menos de ter enrolado meu entrevistador - não é do meu costume. Concordo quando diz que há grande quantidade de fotos manipuladas digitalmente na internet. Mas creio que você perdeu seu tempo ao elocubrar sobra a foto do bar acima. Nenhuma das fotos de O Brasil das Placas foi manipulada, a não ser para omitir (em poucos casos) números de telefone. Quanto à do bar, ela foi tirada em Natal, na avenida que leva ao cajueiro de Pirangi. É bem conhecida por lá. Aliás, já vi outras fotos desta mesma placa à disposição na internet. Um abraço, Zé Edu.
ResponderExcluirCaro Zé Eduardo:
ResponderExcluirVamos por partes:
1- lembro-me bem que, na entrevista, perguntei sobre manipulação de fotos. Só que pelo conteúdo evasivo e resposta curta, preferi não colocar no texto, Desculpe, pelo termo "enrolou", pois eu deveria ter contado a história. Errei.
2- Agora com relação a placa "Comeu Morreu..", em momento algum questiono se o tal bar existe ou não. O que se percebe, claramente, (que pode até ser um erro de impressão), é que o conjunto de cores é formado por tonalidades chapadas. Não existe perspectiva, no distanciamento dos elementos captados. os elementos estão sobrepostos. E a visibilidade do real não está notória na foto. O que não existe em outra sua foto "Motel Ô CQSAB, na qual os objetos e demais componentes (placa, árvores, nuvens e céu) estão distribuídos, como na realidade.
Abs,
Eliézer