26 de jul. de 2012

A POMBA BÊBADA

Tudo não passou de uma armação grosseira
                                                        Empolgou o país a imagem de uma pombinha branca pousada no esquife de D. Eugênio Salles, quando de seu enterro na Catedral do Rio de Janeiro. Eram coisas do céu, mesmo sem a necessidade de exaltação   maior da imagem do saudoso prelado. Pois agora o repórter Carlos Newton revela que a pomba não veio voando do paraíso. Foi  arremessada a poucos metros do altar, sobre o caixão do cardeal,  por um mais do que solícito cristão que entrou no templo com ela no bolso. Pior ainda: a ave estava bêbada, quer dizer, havia sido forçada a ingerir cachaça para não poder movimentar-se nem bater asas naturalmente. É claro que  artifício tão  pueril em nada ofusca a obra e a memória de D. Eugênio, mas  encenações  como essa carecem de grandeza. (Carlos Chagas)







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