O passado condena
O escritor Rubem Fonseca, autor do clássico Feliz Ano Novo, sempre foi arredio à dar entrevistas, não aparece em solenidades públicas aqui no Brasil... e endeusado no exterior. Porém, a sua biografia contem episódio que deixa o seu passado nada dignificante: ele participou do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), entidade que deu apoio à ditadura, na derrubada do presidente João Goulart, em 1964.
No mês passado, a revista Bravo! apresentou novos fatos que ligam diretamente o escritor com o IPES. Segundo a revista, no livro 1964: A Conquista do Estado, do cientista político René Armands Dreifuss, “o romancista José Rubem Fonseca Braga já era citado como responsável pelos editoriais de jornal e filmes produzidos pelo instituto. Um documento do IPES atribui ao escritor – identificado pelas iniciais do nome, JRF – e ao produtor do filme Carlos Niemeyer a tarefa de revisar roteiros de filmes sobre as Forças Armadas”.
Segundo a revista Veja, a tese de doutorado, defendida neste ano na Universidade Federal Fluminense, pela professora Aline Pereira, apresenta documentos que atestam a participação do escritor muito tempo depois do golpe.
Em 1965, há uma carta de um líder do instituto, lamentando a exoneração de Fonseca de suas funções da diretoria – mas, em 1968, outro documento atesta sua recondução aos conselhos decisórios da instituição. Recibos provam a contribuição financeira de Rubem Fonseca até 1970.
Assinatura do escritor em ata da instituição
Documento e recibo que o aponta como um dos responsáveis por filmes de propaganda da ditadura
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