29 de jan. de 2012

FÁBULAS FABULOSAS: O GATO E A BARATA

A baratinha velha subiu pelo pé do copo quase cheio de vinho, que tinha sido largado a um canto da cozinha, desceu pela parte de dentro e começou a lambiscar o vinho. Dada a pequena distância, que nas baratas vai da boca ao cérebro, o álcool lhe subiu logo a este. Bêbada, a baratinha caiu dentro do copo. Debateu-se, bebeu mais vinho, ficou mais tonta, debateu-se mais, bebeu mais, tonteou mais e já quase morria quando deparou com o carão do gato doméstico que sorria de sua aflição, no alto do copo.
− Gatinho, meu gatinho – pediu ela –, me salva, me salva.
 Me salva que assim que eu sair eu deixo você me engolir inteirinha, como você gosta. Me salva.
− Você deixa mesmo eu engolir você? – disse o gato.
− Me saaalva! – implorou a baratinha. – Eu prometo.
 O gato virou o copo com uma patada, o líquido escorreu e com ele a baratinha que, assim que se viu no chão, saiu correndo para o buraco mais perto, onde caiu na gargalhada.
− Que é isso? – perguntou o gato. – Você não vai sair daí e cumprir sua promessa? Você disse que deixava eu comer você inteira.
− Ah, ah, ah! – ria então a barata, sem poder se conter. – E você é tão imbecil a ponto de acreditar na promessa de uma barata velha e bêbada?
 Moral: Às vezes a auto depreciação nos livra do pelotão. (Millor Fernandes)

Um comentário:

  1. Eu achei+ do que de+.kkkkkk[...]Barata velha e bêbada[...]

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