Revista revela o lado racista
de Monteiro Lobato
A edição deste mês da revista Bravo! traz como matéria de capa uma reportagem estarrecedora sobre o escritor Monteiro Lobato. São cartas inéditas que desvendam a relação entre o escritor e o racismo. Logo na capa uma frase do consagrado autor de Sítio do Picapau Amarelo que é de arrepiar: País de mestiços, onde brancos não tem força para organizar uma Ku Klux Klan, é um país perdido”. Ku Klux Klan é a mais famosa organização racista da história norte-americana.
Suas cartas inéditas reforçam que Monteiro Lobato se entusiasmou pela eugenia – pretensa ciência que ajudou a embasar o nazismo e o holocausto.
A polêmica sobre o tema se Monteiro Lobato (1882-1948) era racista vai e volta nos meios culturais brasileiros e recentemente foi reativada pelo Conselho Federal de Educação. Segundo a revista, no ano passado o organismo emitiu um parecer classificando o livro As Caçadas de Pedrinho de 1933, como racista. Na análise, eram citados trechos da obra em que a personagem Tia Nastácia, que é negra, era tratada de forma ofensiva: Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão”. O Conselho Federal de Educação endossou, na verdade, uma corrente acadêmica que já há algum tempo vê sinais de racismo no tratamento dispensado à personagem ao longo da obra infantil do escritor.
Agora, a coisa esquentou de vez para o lado de Lobato. Bravo! conferiu a correspondência do escritor e descobriu verdadeiras aberrações nas cartas de Lobato para amigos. A correspondência de Lobato mostra que, no fim dos anos 20, ele foi entusiasta das ideias eugênicas e da obra de Renato Kehl, criador do c onceito. A primeira carta escrita para o cientista, Lobato diz: “Lamento só agora travar conhecimento com um espírito tão brilhante como o seu”.
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