17 de nov. de 2009

Vejam, no canto direito da foto, o chafariz instalado no cruzamento das avenidas da Universidade com 13 de Maio

A verdadeira história da restauração
do chafariz da Praça da Lagoinha
O meu amigo Eliomar de Lima, do jornal O Povo, publicou, no seu blog, a seguinte notícia, com foto e comentário:

"A Fonte dos Cavalinhos, que hoje se encontra instalada na praça Murilo Borges, em frente ao prédio do BNB, no Centro de Fortaleza, foi comprada pelo então prefeito Alvaro Weyne. Chegou da Alemanha em 1930 e foi instalada para a inauguração da Praça da Lagoinha.No início dos anos 60, saiu da praça da Lagoinha para ser instalada no centro da praça Clóvis Beviláqua e depois, em 1965, no cruzamento entre a avenidas da Universidade e 13 de Maio.Já no começo dos anos 70, para desaforgar o trânsito no local, a Prefeituraresolveu remover a fonte do cruzamento. Ela foi desmontada e ficouguardada no depósito da então Superintendência Municipal de Obras e Viação (SUMOV). Em 1982, foi restaurada, remontada e colocada na então recém-construida Praça Murilo Borges.(Colaboração – Marcos Almeida)
Categoria(s):
Fortaleza antiga por Eliomar de Lima
2 Resposta(s) para “Fortaleza antiga – “Fonte dos Cavalinhos””
Luiz Carlos, em
15-11-2009 as 19:51 Said:Monumento preservado graças à consciência histórica dos servidores abnegados do quadro da SUMOV, os quais começaram a perder o elâ quando, nas caladas da noite, em operação até hoje não explicada, o terreno do seu depósito na Av. Sgto. Hermínio foi vendido para o Supermercado Romcy, aquele mesmo que demoliu o Castelo do Plácido. ps.: O terreno depois foi vendido para a Expresso Guanabara e hoje abriga um empreendimento habitacional".


Discordei das informaçõe e mandei esclarecimentos para ele:


Caríssimo Eliomar:

A matéria que você publicou em seu blog, sob o título Fortaleza antiga - “Fonte dos Cavalinhos”, dia 15/11/2009, requer alguns reparos históricos. Escrevo-lhe porque acompanhei e divulguei pelas páginas do O Povo toda a trajetória do que sobrou do antigo chafariz da Praça da Lagoinha, após ser retirado do cruzamento entre as avenidas da Universidade e 13 de Maio. Faço isso, em respeito a todos os membros da comissão instituída pela Prefeitura de Fortaleza (da qual participei, em 1979), principalmente o destemido escultor Zenon Barreto, já falecido.
Vamos aos fatos:
a) Pra começo de conversa, o monumento não foi “desmontado e guardado no antigo depósito da Sumov”, como consta em seu blog. Não. A peça foi parcialmente demolida, isso sim, sem nenhuma orientação técnica e a base de picaretadas. E seus escombros jogados no antigo depósito da Sumov, na Av. Sargento Hermínio, no bairro de Monte Castelo.
b) No dia 17 de janeiro de 1979, publiquei nas páginas do O Povo, a primeira matéria sobre o assunto e que denunciava que havia sido cometida uma tentativa de restauração do monumento, pelo escultor César Teles. Porém o trabalho, ainda em fase inicial (e abandonado), foi condenado por outros escultores da terra, tendo à frente Zenon Barreto.
c) O prefeito de Fortaleza, Luís Marques, então nomeou uma comissão para acompanhar os trabalhos de uma nova restauração da peça. Comissão formada pelos escultores Zenon Barreto e Honor Torres; o artista plástico Gilberto Brito; Luciano Bandeira, da Fundição Bandeira; Ednardo Weyne (filho do ex-prefeito de Fortaleza Álvaro Weyne – que adquiriu o monumento na Alemanha) e eu.
d) Foi feito um relatório, pela comissão, constatando que o local (depósito da Sumov), não oferecia as mínimas condições ambientais para ser feito um trabalho meticuloso nos fragmentos espalhados pelo galpão (remoção das camadas de massas, análises químicas, estudos hidráulicos etc). Finalmente, depois de alguns meses, as partes do chafariz foram removidas para o antigo Museu Histórico e Antropológico do Ceara, localizado onde hoje funciona o Museu da Imagem e do Som, na Av. Barão de Studart.
e) Porém de nada adiantou tal remoção, pois a Prefeitura ignorou o estudo técnico da comissão, encerrando o assunto.
f) Somente, no início da década de 80, do século passado, é que o Banco do Nordeste assumiu todas as despesas de reconstrução do chafariz e o reinaugurou, na praça Murilo Borges.


Do amigo,
Eliézer Rodrigues

Na foto estão os componentes da comissão (examinando o que restou do chafariz), nomeada pela Prefeitura, em 1979, para acompanhar os trabalhos de restauração : Ednardo Weyne, eu, Zenon Barreto e Gilberto Brito.

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