29 de out. de 2009


Chico/Phono 73 (1)
Li, de uma sentada, o livro Histórias de Canções – Chico Buarque de Holanda, de autoria de Wagner Homem, lançado recentemente, que reúne as histórias mais interessantes que estão por trás das maiores composições de Chico. Vale a pena saber a contextualização de, por exemplo, A Banda, Pedro Pedreira, Roda Viva, Samba de Orly, Apesar de Você etc. A obra é um mergulho na intimidade criativa de um dos mais talentosos e amados artistas da Música Popular Brasileira. E como eu me deliciei, lendo histórias, personagens e momentos do meu maior ídolo. Principalmente aquelas composições do período em que Chico foi perseguido pela censura (final dos anos 60 e metade da década de 70 do século passado).Todavia, de todas as histórias das obras, penso que existe uma especial, Cálice (de Chico e Gilberto Gil, apresentada pelos dois, pela primeira vez, no show Phono, no Anhembi, em São Paulo). O que aconteceu, no palco, naquele 11 de maio de 1973, foi a mais extrema ação policial do governo opressivo do presidente-general Médici. No dia do show, os dois souberam que a música havia sido proibida. Chico e Gil resolveram cantá-la, sem letra, entremeada com palavras desconexas. Assim que começaram, microfone de Chico foi desligado (havia na equipe de som um policial do Serviço Nacional de Informação –SNI), e o pior com a conivência da própria gravadora Phonogram) realizadora do espetáculo). Chico procurou outro microfone, já que o som da mesa da mesa áudio permaneceu ligado.
E ficou guardado o que Chico disse após o corte: "Estão me aporrinhando muito. Esse negócio de desligar o som não estava no programa. Claro, estava no programa que eu não posso cantar a música "Cálice nem "Anna de Amsterdam". Não vou cantar nenhuma das duas. Mas desligar o som não precisava não".
Vejam (no vídeo acima – observem que vários outras imagens aparecem no vídeo, pois são dos outros intérpretes que estiveram lá), que momento forte e contundente na carreira do bravo Chico, enfrentando a censura em pleno palco
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